sábado, 15 de agosto de 2015

O CORPO FALA E MENTE, NÃO MENTE!

Reféns ou Escravos do tempo? Ainda não tenho a resposta, mas vivemos isso em nosso dia a dia com uma força que esmaga a alma e destrói até os ossos. Parece até que nosso corpo não nos pertence mais!
Acordamos para trabalhar, trabalhamos para viver e vivemos porque assim tem que ser, e quando foi que se perdeu o espaço do sonhar com o futuro? No tempo, creio eu. Assim me vem de pronto a resposta.
Penso, e distante do impulso de questionar os desígnios de Deus, me questiono, por que foi que tantas possibilidades não me vieram durante a juventude, ou que seja, a maturidade mais tenra? 
Hoje a mente povoada de boas ideias, borbulhando de boas intenções, transbordante de desejos de fazer acontecer e mudar situações não tão aprazíveis, já não encontra no corpo a resposta para tantos anseios. E é então que nos vemos reféns, aprisionados na jaula corpórea decadente sobre a qual a vida foi implacável!
Em outros tempos, diríamos nós, eu jogaria tudo para o alto e enfrentaria os leões nas arenas da vida, sem medo de arriscar. Não movidos pela impetuosidade da juventude inconsequente, mas livre do medo da condenação a uma velhice dependente de tudo e de todos. Semeamos e estamos colhendo? Será?
Mas e se a vida não nos deu outra alternativa, senão a de seguir pelos trilhos, parando de quando em quando nas estações, apenas para tomar fôlego para continuar? E se o destino que nos foi dado como missão passava mesmo por essas tantas experiências, teríamos chegado onde chegamos em condições de não tão dolorosa submissão? 
Diriam alguns: "tens ainda o livre arbítrio". E eu responderia: "sim, tenho o livre arbítrio mas também tenho o medo, tenho a insegurança e um corpo que não responde mais às consequências de escolhas mais ousadas!".
Ah, quem me dera poder dizer: "que vá tudo para o inferno, que se danem todos que tentam refrear minhas nobres ideias, que desavergonhadamente usam minha experiência de vida e meus ombros como trampolim ou escada!".
Prudência substitui o sabor de experimentar o novo, explorar outros caminhos, desafiar os poderosos  sem medo das represálias às quais o corpo já sucumbe e treme só de pensar nos resultados da ousadia de querer desafiar o destino, hoje em mãos alheias. Alheias ao nosso olhar amoroso, alheias ao nosso desejo de ajudar, e principalmente,  alheias a nossa lealdade! Deus meu, como o poder cega tanto as pessoas!
Pois falando por mim, apenas por mim, eu digo que só desejo mesmo poder continuar a servir, mas servir sem ser humilhada, sem ser subjugada, sem ser atropelada pela arrogância, falta de reconhecimento e respeito! Por que nos temem tanto assim, se não lhes almejamos o status ou a posição de "privilégio", aliás, privilégio conquistado através desses nossos ombros que carregamos o fardo de erros alheios. 
Não creio que todos se sintam assim, como mentes ativas e corpos curvados mas, observando em meu entorno, percebo que não sou a única.
Hoje o que vejo é a hipocrisia na ribalta, ofuscada pelos holofotes da pseudo-fama e aplaudidos pelas vítimas de suas línguas ferinas que não lhes percebem os olhares de desdem a dizer silenciosamente: "idiota, assim que eu puder te puxo o tapete e serei eu o teu amo e senhor". Mentes doentes, inescrupulosas e falsas que se escondem atrás de sorrisos largos de onde escorre o fel e o veneno!
Pois que cada um carregue para junto de si aquilo que atrai com suas própria atitudes e, que sua cegueira lhes indique exatamente o caminho do erro que os levará de volta a um passado de obscuridade, onde não haverá mais a ribalta, não haverá mais o glamour mas, também não haverá mais o corpo jovem a sustentar suas mentes cheias de ideias, planos e desejos de reconhecimento. O tempo é implacável para todos nós, ou ainda existe alguém que duvida disso?
Agradeço ao meu Deus, não o Deus da servidão, da humilhação, da falácia, do discurso vazio e desprovido de moral, não ao Deus usado, propalado em redes sociais apenas para promover a imagem dos tiranos mascarados e travestidos de mocinhos que empunham espadas da "justiça", mas que quando ninguém está olhando, apontam essas espadas para as cabeças cujo único erro foi pensar e acreditar!
Para finalizar, embora eu saiba que ficou muito ainda por dizer, ouso me adonar das palavras do mestre:
A semeadura é voluntária, mas a colheita é obrigatória, no terreno das leis de Causa e Efeito.
Tenham todos um bom dia, e se por "acaso" eu não mais puder falar, que minhas atitudes sejam usadas para os que me queiram julgar por ser o que sou e como sou!!!!!!!!
Fátima Ayache​

Meu corpo que me perdoe, mas minha mente e meu coração ditaram as palavras enquanto meus dedos apenas tocavam as letras no teclado do velho e companheiro computador.